Obra do BRT é paralisada para análise de sobrepreço, diz Prefeitura de Goiânia Tribunal de Contas dos Municípios nega qualquer impedimento à construção e afirma ser contra a pausa nos trabalhos, já que medida pode aumentar valor final do serviço.

As obras do Bus Rapid Transit (BRT) em Goiânia foram paralisadas por causa de pedido de vistas da planilha de custos por suspeita de sobrepreço em alguns itens, conforme informou a Prefeitura da capital em nota enviada à Tv Anhanguera. Apesar da informação da administração, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que seria responsável pela solicitação, negou que tenha solicitado a pausa dos serviços.

O posicionamento enviado pela prefeitura informa que a paralisação ocorreram “em virtude de apontamentos de sobrepreço, realizados pelos órgãos de controle (TCU e CGU) em alguns itens da planilha contratual da obra”, referentes ao “orçamento da licitação, que ocorreu em 2014”.

A previsão para a retomada da obra, também conforme o texto, deve ocorrer “assim que os ajustes solicitados pelos órgãos de controle forem realizados”.

No entanto, a secretária de fiscalização do TCM, Éricka Silva Cândido, disse em entrevista à TV Anhanguera que o que foi solicitado foi apenas um detalhamento dos cronogramas da obra para evitar novas paralisações. Ela afirmou ainda que é contra essa pausa nos trabalhos e que recomendou que a prefeitura siga o cronograma.

“A cada novo atraso, nova prorrogação, aumentam-se as possibilidades de reajuste e isso acaba onerando. [Encarece a obra]”, afirmou.
BRT de Goiânia tem obras paralisadas pela segunda vez (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) BRT de Goiânia tem obras paralisadas pela segunda vez (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

BRT de Goiânia tem obras paralisadas pela segunda vez (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Conforme apurou a TV Anhanguera, haveriam suspeitas de que os repasses da Caixa Econômica Federal (CEF) para a obra não estariam sendo feitos. No entanto, a assessoria de imprensa do órgão informou, também por meio de nota, que os pagamentos ocorrem normalmente.

Moradores e comerciantes reclamam da demora para finalizar o BRT na capital, como o autônomo Gesner da Silva. Segundo ele, o adiamento na conclusão da obra faz com que ele e outros passageiros continuem com dificuldades para se locomover pelo transporte público.

“Fica tudo muito complicado para nós aqui na região noroeste. A gente fica ilhado por esse monte de concreto”, afirmou.

Outra paralisação

As obras já haviam sido interrompidas por seis meses por causa de uma dívida de R$ 11 milhões e foram retomadas após a negociação dos pagamentos às empresas EPC e WGV.

Previsto inicialmente para ser finalizado em março deste ano, o corredor exclusivo de ônibus que vai ligar a cidade de norte a sul só deve ser entregue à população em março de 2019. Conforme a prefeitura, já foram gastos R$ 63 milhões nas obras, orçadas inicialmente em R$ 244 milhões.

As obras foram lançadas em março de 2015, com a presença da então presidente Dilma Rousseff (PT). Para construir 21,8 km de pistas exclusivas, foi orçado um valor de R$ 242 milhões.

O projeto pretende atender 148 bairros de Goiânia e Aparecida de Goiânia com 93 ônibus – sendo 28 veículos articulados e 65 convencionais – em quatro linhas. A expectativa é de que cerca de 120 mil pessoas usem o transporte diariamente, sendo 15 mil no horário de pico. Com o sistema, os coletivos passariam da média de 14 km/h para 28 km/h.

O novo sistema ligará as regiões noroeste (Terminal Recanto do Bosque) e sudoeste (no terminal de Integração Cruzeiro do Sul, na divisa com Aparecida de Goiânia). Entre as vias que estão entre o trajeto estão a Avenida Rio Verde, Avenida 4ª Radial, Avenida Goiás, Avenida Lúcio Rebelo, Rua Oriente, entre outras.

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